Título Original: Leviathan
Autor: Scott Westerfeld
365 páginas, 2012. Galera Record.
Fantasia/Steampunk/Cyberpunk/Romance Histórico.
Série: Trilogia Leviatã, Livro 01.
Scott Westerfeld, autor da série Feios, reinventa aqui a Primeira Guerra Mundial em uma narrativa steampunk. Em lados opostos, mekanistas lutam com aparatos mecânicos movidos à vapor e darwinistas usam imensos animais geneticamente modificados, e adaptados para a batalha. Alek Ferdinand, príncipe do império austro-húngaro, está sem saída. Perdeu seu título e o apoio do povo, restando apenas um imenso ciclope Stormwalker e um grupo leal de homens. Por outro lado, Deryn Sharp é uma jovem plebeia que se disfarça de homem para ingressar na Força Aérea Britânica. Os caminhos dela e de Alek se cruzarão de maneira inesperada, levando-os a bordo do Leviatã para uma viagem que mudará suas vidas.
Misturando ficção científica com alguns fatos históricos, que em maior parte, são reais, Westerfeld transporta os leitores para um mundo praticamente inimaginável, até mesmo para quem lê (graças aos Deuses o livro contém ilustrações!). Bom, o que me atraiu nesse livro, foi a premissa de ser um romance histórico sobre a Primeira Guerra Mundial, sendo recontado de um ponto de vista mais fantasioso. E não foi bem o que eu esperava.
Com uma narrativa bem arrastada e bastante tediosa em certos momentos, Westerfeld apresenta a história sobre dois pontos de vista. Isso, dois narradores. O Príncipe Alek, do Império Austro-Húngaro e a aspirante a aviadora, Deryn, uma garota interessante que se fantasia de garoto para ser aceita na Força aérea. A história começa com o Príncipe sendo arrastado de seu castelo no meio da noite, após o assassinato de seu pai, o Arquiduque Francisco Ferdinando e a partir desse ponto, o livro se arrasta totalmente entre cenas de conflitos sociais entre o Príncipe mimado e o Duque honrado que ele deve se tornar, caso ganhe a guerra. Apesar de ser um personagem bem interessante, Westerfeld não desenvolve muito bem o psicológico de Alek, tornando todos os capítulos dele totalmente chatos e descartáveis, sendo nada menos que "Será que eu serei um bom governante?" "O que meu pai faria se estivesse aqui?" "Eles são meus inimigos, mas eu tenho que salvá-los, mesmo sabendo que vou foder prejudicar todo o império da Áustria!". Basicamente isso.
Várias vezes eu quis pular os capítulos chatinhos do Príncipe Alek só para ler os da Deryn Sharp. Uma personagem bem bacana, bem resolvida e corajosa, sem dúvida os melhores capítulos da trama são dela. Por mais que ela esteja voando em uma baleia que na verdade é um dirigível que na verdade é um animal voador geneticamente modificado, os capítulos da Deryn são bem legais, com muitas aventuras, batalhas e palavrões. Até que ela se encontra com o Alek. Maaaas, sem spoilers.
A história de Leviatã é uma história bem maluca. De um lado da Guerra estão as potências mekanistas, que possuem máquinas de guerra gigantescas, cheias de bombas, metralhadoras e outros tipos de artilharia pesada. E do outro lado, Darwinistas. Olha, nos mekanistas até deu para acreditar e tipo, "oh, isso é possível!", mas nos Darwinistas não. Eu achei bem tosco, na verdade. Animais modificados geneticamente, que conseguem suportar mais carga que o normal, que conseguem voar sem ter asas, apenas respirando hidrogênio, alguns que se alimentam de ferro e cospem dardos... Uma loucura. Mas, quando a história chega em um ponto bacana, onde finalmente somos introduzidos à tal "Missão Secreta", o livro acaba. É isso, senhores.
O que eu gostei no livro?
1- Sem dúvida nenhuma, as ilustrações são belíssimas, todos do desenhista Keith Thompson. Na ilustração do livro abaixo, temos a imagem de um animal Darwinista, uma espécie de Elefante-Mamute que suporta enormes cargas e se torna o novo transporte coletivo de Londres. Sim.
2- Os fatos e as invenções também são legais. Como, por exemplo, a morte de Francisco Ferdinando realmente aconteceu na Sérvia e foi o estopim para a Primeira Guerra, tudo isso devido ao casamento dele com uma plebéia que amava. O Príncipe Aleksander, por outro lado, só existe na história de Leviatã, mas na introdução do personagem, o autor não pecou muito e eu realmente tive que pesquisar para ver se ele já tinha existido. A Suíça realmente era território neutro na Primeira Guerra, como é apresentado no livro, mas logo após a invasão alemã, tomou partido.
Esse é um mapa bem legal que é apresentado no início do livro, o artista está de parabéns.
Bom, Leviatã é um livro que tem potencial. É irritante na maioria das vezes, mas o gancho deixado no final é bem bacana e por mais que eu tenha reclamado, darei uma chance para a sequência, Golias. Mas, Scott Westerfeld não convenceu com essa introdução, tornando bem surreal e pouco palpável uma história que poderia ser um romance bem fantasioso sobre a Primeira Guerra Mundial.
e aí, vamos dar um passeio de baleia voadora, gatinha????
2 ANÉIS
Por Guilherme Campos.
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