Título Original: The Great Gatsby
142 min, 2013. Drama/Romance
Com Leonardo DiCaprio, Tobey Maguire, Carey Mulligan, Joel Edgerton, Isla Fischer.
Direção: Baz Luhrmann
Roteiro de Craig Pearce e Baz Luhrmann.
Baseado no clássico "The Great Gatsby" de F. Scott Fitzgerald.
Jovem se vê fascinado pelo estilo de vida de seu vizinho, o rico Jay Gatsby. Ele começa, então, a fazer parte do seu círculo social e acaba se tornando testemunha da obsessão e da tragédia.
Tentando repetir o sucesso vindo de seus filmes anteriores, Romeu + Julieta e Moulin Rouge, Baz Luhrmann se mostra na necessidade de criar uma clássica história de amor em meio ao clima cabaré da época do Jazz. E o resultado é desastroso. Vemos em The Great Gatsby, um enorme desconforto no roteiro, onde se exaltam as belezas da fotografia e usa-se elementos como a trilha sonora e o 3D para apagar grandes erros na montagem. É inegável que a fotografia do filme é linda, uma das mais belas que eu já vi, mas durante toda a história, a sensação que eu senti foi que eu estava vendo uma grande apresentação de fotografia numa rápida execução sem nenhuma profundidade. Mostra-se uma história clássica da literatura por meio de artifícios artísticos que não são tão cinematográficos assim. Como por exemplo, a trilha sonora (que está belíssima), que foi composta exclusivamente para o filme por um time de artistas renomados como Beyoncé, Jay-Z, Florence Welch e Lana Del Rey, mas é só isso. Antes fosse só uma trilha promocional, como foi para vários filmes (como Almost Alice ou Hunger Game: Songs Beyond the District 12), pois não há um só momento no filme onde sentimos a atuação pura dos atores sem um fundo musical agitado demais, onde todos parecem estar em um musical mal feito onde ninguém sabe a letra, além do esforço do diretor em fazer cenários clássicos de 1900 e tanto com as vozes e batidas futuristas de Fergie ou Will.I.Am. O 3D também se mostra desnecessário. Não há profundidade no filme (tanto no roteiro, quando nos efeitos) para se ver em 3D. Foi puro marketing e propaganda tendeciosa. A única cena que parece promissora para o efeito em 3D é o início, onde se mostram o título do filme, o time de atores e ao fundo, a famosa obra exposta na casa de Jay Gatsby. Mas, a cena dura 15 segundos.
Outro fato que incomoda no filme é como alguns atores não foram aproveitados. Vemos uma Isla Fischer no papel de uma amante maluca que poderia ter arrancado muito mais risadas do público com seu jeito desastrado e até emocionado mais. Joel Edgerton, que está tão incrível no papel de Tom Buchanan, vulgo marido-da-Daisy, que eu até cheguei a torcer para que ele faturasse a moça em detrimento do Gatsby. Só que, as cenas com Joel são tão mal aproveitadas que chegam a durar menos de 10 minutos (destaque para a cena do almoço/hotel). Carey Mulligan, a Daisy, por outro lado, é aporveitada até demais, exigindo da atriz mais do que ela pode oferecer, fazendo com que várias cenas ficassem cansativas e até com que pessoas na sala dissessem (sim, eu ouvi as pessoas comentando) que "garota chata" "af, essa Daisy é um purgante", mas para quem conhece a história, sabe que Daisy é um símbolo e que, antes de mais nada, é uma personagem extremamente complexa e apaixonante. Carey, não foi dessa vez. O que me atraiu mesmo no filme foi o protagonista. Leonardo DiCaprio está cada vez melhor a cada papel no cinema e abrilhanta o filme com todo o seu talento, mas o que falta para o ator são papéis decisivos e difíceis de se interpretar. Fazer ricões que esbanjam beleza e sedução já está ultrapassado para ele (acho que se ele tivesse interpretado a Daisy seria indicado ao Oscar 2014, sério). Tobey Maguire é também uma grande surpresa no filme: Quem diria que o Homem Aranha iria voltar pro tempo da brilhantina pra ajudar seu querido vizinho a faturar a prima bonitinha??? HOMEM ARANHA APENAS SENDO O BOM AMIGO DA VIZINHANÇA, as always (piada péssima).
Durante todo o filme fica no ar o suspense sobre "Quem é Gatsby?", mas o erro do roteiro é estender demais esse mistérios, chegando até a mostrar milhões de origens de Gatsby, o que deixa o telespectador confuso (eu, pelo menos), sem saber qual história é verdadeira, sem saber se Gatsby era mesmo um milionário de nascença que esbanjava suas virtudes em festanças cheias de celebridades ou se ele era mesmo um bobão apaixonado que luta para roubar a mulher do vizinho. Ou pior: Se ele é os dois, fato que deixa o final do filme com um grande "WTF????" na cabeça de alguns (eu!). Mas, dentre erros e acertos, Great Gatsby é com certeza um filme lindo de se ver, mas não para quem tem olhar crítico ou quem já leu o livro clássico. Para esses, o cinema continua sem uma adaptação que consiga expressar claramente o sentimento de vazio e a solidão que o protagonista vive em sua trágica história de amor.
Peter Parker ficou chateado com o filme
3 ANÉIS
**BÔNUS**
V-A-D-I-A
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